Vereador bolsonarista que mantinha escravas sexuais é indiciado
Thiago Bitencourt Lanhes Barbosa foi preso em flagrante no dia 31 de maio por estupro e armazenamento de imagens de abuso sexual infantil
atualizado
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O médico e vereador Thiago Bitencourt Lanhes Barbosa (PL) (foto em destaque) foi indiciado pela Polícia Civil do Mato Grosso por estupro de vulnerável e por crimes relacionados à pornografia infantil.
O delegado responsável pela investigação, Flávio Leonardo Santana Silva, detalhou que o suspeito foi indiciado por estupro de vulnerável; produção e armazenamento de material pornográfico com menores; divulgação de cenas de exploração sexual via WhatsApp e posse de pornografia infantil.
O inquérito reúne evidências digitais e demais elementos de prova que fundamentaram o indiciamento, tendo sido regularmente encaminhado ao Ministério Público para análise e eventual oferecimento de denúncia.
Apesar do inquérito que apura crimes sexuais contra duas adolescentes em Canarana — município a 600 km de Cuiabá, onde Thiago foi eleito como vereador — ter sido finalizado, a polícia acredita que outras vítimas ainda possam se manifestar.
Modus Operandi
Após a prisão, os investigadores apontaram o modus operandi do suspeito. O delegado apontou que o investigado se utilizava da profissão de médico para ter o e se aproximar das vítimas, principalmente em situação de vulnerabilidade.
Segundo a polícia, Bitencourt estaria mantendo um “relacionamento” com uma adolescente de 15 anos, a qual ele submetia a práticas de escravidão sexual.
“Há fortes indícios de que o suspeito utilizava a adolescente como instrumento para abusar sexualmente de uma criança de apenas dois anos de idade”, detalhou.
Segundo depoimentos relatados no inquérito, o médico tinha domínio psicológico sobre a mulher de 29 anos e teria, inclusive, feito imagens de cunho sexual dela.
Com o ar do tempo, o investigado também demonstrou interesse na filha dela, de apenas 8 anos. Ele teria se aproveitado da fragilidade da mãe para estuprar a menor. Alguns abusos ocorreram até mesmo no consultório onde Barbosa trabalhava.
Conforme a coluna noticiou, o Partido Liberal (PL) afastou temporariamente o vereador. O presidente estadual do PL, Ananias Filho, informou que “o PL Mulher repudia veementemente as alegações e crimes atribuídos ao vereador, motivo esse que causou a suspensão da sua filiação”.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) também instaurou uma sindicância para apurar a conduta do médico. Já a Câmara Municipal afastou o político dos trabalhos legislativos
A Polícia Civil reforça que vítimas de crimes sexuais ou testemunhas que tenham informações sobre casos semelhantes podem procurar a Delegacia de Canarana ou qualquer unidade policial. Os contatos serão tratados com absoluto sigilo. Denúncias também podem ser feitas anonimamente por canais como o Disque 100 ou o 181 (Disque Denúncia de MT).