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Os casos foram registrados ao longo de 2024 na capital paulista e representam uma média de 5,4 tiros para cada vítima fatal. As informações foram obtidas pelo Metrópoles a partir da análise dos documentos referentes a todas as 246 mortes por intervenção policial na cidade de São Paulo no ano ado, o mais letal da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). Os dados estão reunidos na reportagem especial “A política da bala”, publicada nesta terça-feira (10/10). A contagem dos disparos foi feita com base nos depoimentos dos próprios policiais militares, no número de estojos de projéteis deflagrados mencionados pelo Instituto de Criminalística (IC) e em laudos necroscópicos do Instituto Médico Legal (IML). 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O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrênciaReprodução Foi justamente em uma ocorrência com suspeito que não portava arma de fogo que os policiais deram o maior número de tiros. Foram 44. A vítima, o colombiano Michael Stiven Ramirez Montes, de 33 anos, estava esfaqueando um cachorro da raça bull terrier, em um surto psicótico. Conforme mostram as câmeras corporais dos agentes, em nenhum momento Michael fez menção de atacar os PMs. No entanto, eles foram flagrados combinando uma versão mentirosa para o ocorrido, segundo a qual a vítima teria partido para cima da equipe. Michael morreu dentro do apartamento atingido por 25 disparos. Método Giraldi A quantidade de disparos realizada e a justificativa dada pelos policiais em diversas ocorrências indicam que os agentes desrespeitaram o protocolo de ação da corporação, o Método Giraldi, também conhecido como Tiro Defensivo na Proteção da Vida (TDPV). 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Leia também São Paulo Cracolândia: PM fez investigação paralela sobre mesmo alvo da Civil São Paulo PM acusado de espancar mulher já foi condenado após agredir policial São Paulo MPSP cobra Derrite sobre projeto que desvia função da PM em SP São Paulo Derrite critica PEC da Segurança e quer limitar audiência de custódia Mais desarmados Entre as 246 mortes cometidas por policiais militares em 2024 há relatos de testemunhas e registros de câmeras corporais que indicam que o número de vítimas desarmadas pode ser ainda maior. Em novembro do ano ado, policiais militares mataram o jovem Gabriel Fernandes, de 19 anos, na Vila Silvia, zona leste de São Paulo. Na delegacia, os agentes envolvidos no caso afirmaram que Gabriel estava armado, pilotava uma moto sem placa e fugiu após cruzar com a viatura. No entanto, filmagens das bodycams, obtidas pelo Metrópoles, mostram o jovem caído no chão, após ser baleado por um tiro disparado de dentro da viatura pelo sargento Ivo Florentino dos Santos, sem nenhuma arma ao redor do corpo ou perto da moto. Na sequência, um dos PMs pede que o colega se vire para o lado oposto da ocorrência. Quando ele volta, é possível ver o policial chutando para perto do corpo um revólver, que posteriormente seria atribuído ao jovem. Assista: O que diz a PM Questionada pelo Metrópoles sobre o número de pessoas desarmadas mortas por policiais militares em 2024, a Polícia Militar (PM) limitou-se a dizer que “não tolera desvios de conduta” e que, “como demonstração desse compromisso, desde o início da atual gestão, 463 policiais militares foram presos e 318 demitidos ou expulsos”. Segundo a corporação, todas as mortes por policiais são investigadas com acompanhamento da Corregedoria e do Ministério Público. Além disso, o comunicado afirma que em todos os casos são instauradas comissões para identificar “não conformidades”. “A atual gestão investe em formação contínua do efetivo, capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular, com o objetivo de mitigar a letalidade policial”, diz a nota. Receba notícias de São Paulo no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta ar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Fique por dentro do que acontece em São Paulo. Siga o perfil do Metrópoles SP no Instagram. 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PMs deram 459 tiros ao matar vítimas que não tinham arma de fogo em SP

Pelo menos 85 pessoas que não portavam arma de fogo foram mortas por policiais militares na capital em 2024

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Vítimas da política da bala
1 de 1 Vítimas da política da bala - Foto: Reprodução

A Polícia Militar (PM) paulista efetuou ao menos 459 disparos ao matar 85 pessoas em ocorrências nas quais nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. Os casos foram registrados ao longo de 2024 na capital paulista e representam uma média de 5,4 tiros para cada vítima fatal.

As informações foram obtidas pelo Metrópoles a partir da análise dos documentos referentes a todas as 246 mortes por intervenção policial na cidade de São Paulo no ano ado, o mais letal da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP). Os dados estão reunidos na reportagem especial “A política da bala”, publicada nesta terça-feira (10/10).

A contagem dos disparos foi feita com base nos depoimentos dos próprios policiais militares, no número de estojos de projéteis deflagrados mencionados pelo Instituto de Criminalística (IC) e em laudos necroscópicos do Instituto Médico Legal (IML). A estimativa é, portanto, conservadora, porque desconsidera denúncias de que PMs teriam mentido sobre a quantidade de tiros e estojos de munição não localizados.

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A PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrência
Um dos casos de maior repercussão foi o da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, que estava desarmado
Os pais do estudante, Júlio César Navarro e Silvia Monica Cardenas, prometem ir às últimas consequências por Justiça
Outro caso de pessoa desarmada Gabriel Renan Soares, baleado pelas costas por um policial de folga quando tentava furtar produtos de limpeza de um mercadinho
Entre os mortos, também está João Victor implorou para não morrer durante ação da PM
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Um levantamento inédito do Metrópoles mostra que 85 pessoas mortas pela PM em 2024 na cidade de São Paulo não portavam arma de fogo. Foram mortas 246 pessoas no ano

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A PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrência

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Um dos casos de maior repercussão foi o da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, que estava desarmado

Arquivo pessoal
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Os pais do estudante, Júlio César Navarro e Silvia Monica Cardenas, prometem ir às últimas consequências por Justiça

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Outro caso de pessoa desarmada Gabriel Renan Soares, baleado pelas costas por um policial de folga quando tentava furtar produtos de limpeza de um mercadinho

Material cedido ao Metrópoles
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Entre os mortos, também está João Victor implorou para não morrer durante ação da PM

Arquivo pessoal
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O colombiano Michael Stiven Ramirez Montes foi morto com 25 tiros durante um surto, em um apartamento na região da Cracolândia

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O colecionador de armas (CAC) Marcelo Berlinck Mariano Costa atirou de dentro de uma cobertura em Pinheiros (bairro nobre de SP na zona oeste) e acabou preso pela PM sem ser baleado

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Pablo Jacob/Governo de SP/Divulgação
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O secretário da Segurança, Guilherme Derrite, é conhecido pela exaltação à letalidade policial, o que especialistas afirmam que pode ter pesado nas estatísticas

Reprodução/Instagram

Considerando as 227 ocorrências que resultaram nas 246 mortes do ano ado, a polícia militar efetuou ao menos 1.700 tiros, de três principais calibres: pistola .40, fuzil 5.56 e fuzil 7.62.

Pelo menos 60% dos disparos foram dados nas 147 ocorrências em que só os policiais militares atiraram. Nesses casos, foram pelo menos 1.020 tiros. Para justificar a conduta, os PMs envolvidos disseram em vários casos que os suspeitos “fizeram menção de atirar” ou, quando não portavam arma de fogo, “fizeram menção de estarem armados”.

Entre as vítimas, estão pessoas que empunhavam simulacros, facas, canivetes, barra de ferro e até pedras. Além disso, pessoas que não tinham nada em mãos, mas, segundo a polícia, teriam atacado os agentes.

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Laudo necroscópico de Marcio Silva De Oliveira
A PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrência
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Laudo necroscópico de Murilo José Soares

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Laudo necroscópico de Marcio Silva De Oliveira

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A PM deu pelo menos 459 disparos para matar 85 pessoas em ocorrências em que nenhum dos suspeitos portava arma de fogo no momento em que foram baleadas. O número de tiros representa uma média de 5,4 por ocorrência

Reprodução

Foi justamente em uma ocorrência com suspeito que não portava arma de fogo que os policiais deram o maior número de tiros. Foram 44. A vítima, o colombiano Michael Stiven Ramirez Montes, de 33 anos, estava esfaqueando um cachorro da raça bull terrier, em um surto psicótico.

Conforme mostram as câmeras corporais dos agentes, em nenhum momento Michael fez menção de atacar os PMs. No entanto, eles foram flagrados combinando uma versão mentirosa para o ocorrido, segundo a qual a vítima teria partido para cima da equipe. Michael morreu dentro do apartamento atingido por 25 disparos.


Método Giraldi

  • A quantidade de disparos realizada e a justificativa dada pelos policiais em diversas ocorrências indicam que os agentes desrespeitaram o protocolo de ação da corporação, o Método Giraldi, também conhecido como Tiro Defensivo na Proteção da Vida (TDPV).
  • Adotado em 1993 pela Polícia Militar paulista, o método prevê o uso progressivo da força: o agente de segurança deve evitar o confronto letal sempre que possível e analisar a situação antes de agir.
  • Antes de recorrer ao uso da arma de fogo, o protocolo prevê que o policial avalie opções como técnicas de defesa pessoal para imobilização e armas não letais, como taser, spray de pimenta e balas de borracha.
  • Caso o uso de arma de fogo seja necessário, o Método Giraldi prega que o agente de segurança priorize disparos no tórax das vítimas, onde há maior chance de acerto em comparação com outros membros e, ao mesmo tempo, menor índice de letalidade do que na cabeça.
  • No ano ado, na capital, pelo menos 47 pessoas foram baleadas pelas costas e 38 foram atingidas na cabeça.

Mais desarmados

Entre as 246 mortes cometidas por policiais militares em 2024 há relatos de testemunhas e registros de câmeras corporais que indicam que o número de vítimas desarmadas pode ser ainda maior.

Em novembro do ano ado, policiais militares mataram o jovem Gabriel Fernandes, de 19 anos, na Vila Silvia, zona leste de São Paulo.

Na delegacia, os agentes envolvidos no caso afirmaram que Gabriel estava armado, pilotava uma moto sem placa e fugiu após cruzar com a viatura. No entanto, filmagens das bodycams, obtidas pelo Metrópoles, mostram o jovem caído no chão, após ser baleado por um tiro disparado de dentro da viatura pelo sargento Ivo Florentino dos Santos, sem nenhuma arma ao redor do corpo ou perto da moto.

Na sequência, um dos PMs pede que o colega se vire para o lado oposto da ocorrência. Quando ele volta, é possível ver o policial chutando para perto do corpo um revólver, que posteriormente seria atribuído ao jovem.

Assista:

O que diz a PM

Questionada pelo Metrópoles sobre o número de pessoas desarmadas mortas por policiais militares em 2024, a Polícia Militar (PM) limitou-se a dizer que “não tolera desvios de conduta” e que, “como demonstração desse compromisso, desde o início da atual gestão, 463 policiais militares foram presos e 318 demitidos ou expulsos”.

Segundo a corporação, todas as mortes por policiais são investigadas com acompanhamento da Corregedoria e do Ministério Público. Além disso, o comunicado afirma que em todos os casos são instauradas comissões para identificar “não conformidades”.

“A atual gestão investe em formação contínua do efetivo, capacitações práticas e teóricas, e na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo, como armas de incapacitação neuromuscular, com o objetivo de mitigar a letalidade policial”, diz a nota.

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